01 Marzo 2012
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 As interjeições reveladoras de espanto ou preocupação por uma queda iminente ecoavam entre o público, a cada vez que um “rider” descia a plataforma metálica de dez metros de altura, seguida de uma rampa com uma inclinação de 40 graus, a anteceder a zona de saltos.

Durante a prova nacional os atletas esforçavam-se por fazer o melhor possível e arrancar os aplausos de quem não tinha a máquina fotográfica em punho, mas a prova só ganhou verdadeiros contornos de espectacularidade depois de o sol se pôr, quando a competição internacional teve início e os saltos deram lugar a piruetas e acrobacias que fizeram o muito público entusiasmar-se.

O catalão Pau Bartolo, mais jovem em prova, com apenas 15 anos, foi quem teve a melhor avaliação do júri no conjunto dos saltos, descida em corrimão e aterragem. "Não esperava ganhar, mas as coisas começaram a sair bem" confessou, no final da prova o espanhol que conseguiu na Covilhã a sua vitória mais importante.

Pau Bartolo, que se destaca pelo estilo e rápida progressão, relegou para a segunda posição o experiente Santiago Gamen, argentino que na última época tinha vencido o Snowboard Style de Valle Nevado da Taça Sul-Americana. Outro argentino, Matias Schmitt, completou o pódio.

FIS admite repetir prova na Covilhã

No final da prova Joan Torrellas, director técnico na península ibérica da Federação Internacional de Esqui (FIS), organismo que realizou a primeira prova em Portugal, adiantou que a Covilhã tem todas as condições para voltar a acolher no próximo ano o Snowboard Urban Festival.

"Decorrem negociações com a FIS para que esta prova possa novamente ser european cup no próximo ano", anunciou este responsável.

Joan Torrellas diz que isso depende das entidades oficiais portuguesas e da FIS, "interessada em ter actividade em novos países, ter novos mercados" para a modalidade. "Portugal tem uma projecção perfeita para fazer isso", considera o coordenador do evento de slopestyle, que também acentua a importância destas iniciativas urbanas para atrair gente para a modalidade e a apetência dos patrocinadores para este género de eventos.

A declaração de Torrellas, que faz uma avaliação muito positiva da iniciativa, vai de encontro às pretensões de Pedro Farromba, presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), expectante por voltar a poder organizar a competição.

"A Covilhã tem todas as condições para poder realizar esta prova mais vezes", salienta, acrescentando que se trata de uma modalidade "bonita, que permite congregar a vertente desportiva com a parte turística e o factor económico".

Câmara quer tornar prova “rotina”

Carlos Pinto, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, destacou "a espectacularidade da prova e o profissionalismo com que foi feita". "Gostava muito de tornar esta prova rotina. Vamos ver se no próximo ano juntamos as boas vontades do Instituto do Desporto de Portugal, dos particulares e dos responsáveis internacionais", acrescentou.

“Mesmo não acontecendo isso, podíamos ter aqui anualmente uma prova deste género, que ficaria bem na Covilhã como cidade-neve”, acrescentou o autarca, satisfeito pela quantidade de gente que o evento atraiu.

Pedro Farromba acentua que as expectativas para o Snowboard Urban Festival, tanto a nível desportivo como mediático, "foram superadas". O presidente da federação espera que o snowboard ganhe agora outra projecção, os praticantes possam ter mais condições e apoios e destaca a presença de um português no lote dos oito finalistas, numa alusão a Renato Rocha.

"Tivemos um bom nível competitivo e a presença de um português na finalíssima, que é uma oportunidade única de competir ao mais alto nível com atletas de outros países", frisa Farromba.

Joan Torrellas nota que na primeira vez que Portugal organiza uma prova internacional da FIS ela é bem cotada, ao contrário de Espanha, que só após alguns anos conseguiu elevar a fasquia dos 50 pontos.

"É um feito histórico. A prova parte de uma base de 70 pontos. Isso quer dizer que os ´riders` presentes são credenciados, o que fez com que a prova tivesse mais importância", enaltece o director técnico da FIS.

(In www.noticiasdacovilha.pt)