26 Maio 2022
Marta de Menezes

Em 2021, Marta de Menezes, a reconhecida bioartista portuguesa, foi convidada pelo Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (Évora, Portugal) para criar uma exposição que destacasse as relações entre arte, ciência, ambiente e sociedade que surgiram no  coração da arte contemporânea. Alter(ação), título dado ao projeto expositivo, esteve presente nas salas da instituição portuguesa até ao final do ano passado, chegando agora ao MEIAC como Alter(acción)2.0, uma adaptação da proposta inicial que foi concebido exclusivamente para os espaços do Museu de Badajoz.

Um grupo de artistas foi desafiado a fazer parte de Alter(ação)2.0, uma exposição que pretende funcionar de forma semelhante ao sistema imunitário de um organismo vivo. A exposição pretende criar um efeito de escala (da escala orgânica das células, tecidos e órgãos à escala planetária, com os ecossistemas), atualizando as questões que revelam que as relações complexas e entrelaçadas das comunidades locais e globais, compostas por seres humanos e não humanos, são absolutamente fundamentais e críticas para a adaptação de nós mesmos a um futuro possível, e para a nossa (re)inclusão no complexo e maravilhoso sistema de vida que faz parte do nosso planeta.

Alter(ação)2.0 assume um potencial híbrido, explorando as possibilidades do físico e do virtual, bem como a contaminação entre arte e sociedade (ou artista e público), valorizando o pensamento e a criação na busca de estratégias adaptativas de que precisamos urgentemente para nos desenvolver e para enfrentar as mudanças rápidas e repentinas que nossas vidas, sociedades, ecossistemas e meio ambiente estão a experimentar.

A exposição proposta para o MEIAC inclui obras de artistas internacionais sobre temas relacionados com a biodiversidade, o colapso das civilizações, evolução, adaptação e ecologia. Obras que refletem os tempos em que vivemos, as limitações que enfrentamos, o desejo de repensar o que o futuro nos reserva. Com a participação de Amy Youngs (EUA); Andy Gracie (Reino Unido); Antônio Caramelo (PT); Brandon Ballengé (EUA); Carla Rebelo (PT); Erich Berger (FI); Fara Peluso (DEU); Felipe Shibuya (BR) e Pedro Cruz (PT); Ken Rinaldo (EUA); Paula Bruna (ES); Robertina Sebjanič (SVN) e Lena Ortega (MX); Saša Spačal (SVN) e Victoria Vesna (EUA).

A adaptação e apresentação de Alter(ação) 2.0 no MEIAC insere-se no quadro das relações transfronteiriças mantidas pela Junta de Extremadura e a Fundação Eugénio de Almeida (Évora, Portugal), para criar um quadro de colaboração entre o museu da Extremadura e o Centro de Arte e Cultura. Em 2019, foi formalizado um acordo de três anos para o intercâmbio de exposições de artistas da Extremadura e do Alentejo entre o MEIAC e o Centro de Arte e Cultura, formalizando uma parceria estratégica entre ambas as instituições para dar visibilidade a artistas de e/ou moradores das duas regiões listradas. Apresentando Alter(ação) 2.0. no MEIAC confirma a continuidade dessas relações de trabalho solidário entre as duas instituições no âmbito hispano-português. Alter(ação) esteve exposta no Centro de Arte e Cultura de Évora entre 18 de maio e 19 de dezembro de 2021.

 

Marta de Menezes

A artista portuguesa Marta de Menezes (1975) é licenciada em Belas Artes pela Universidade de Lisboa e mestre pela Universidade de Oxford. É diretora da Cultivamos Cultura, a mais importante instituição dedicada à arte experimental em Portugal, e da Ectopia, focada em facilitar o trabalho colaborativo entre artistas e cientistas.

Marta de Menezes trabalha na intersecção entre arte e biologia desde o final da década dos anos 90 no Reino Unido, Austrália, Holanda e Portugal, explorando as oportunidades conceituais e estéticas oferecidas pelas ciências biológicas para sua representação visual nas artes.

Su trabajo ha protagonizado exposiciones en todos los continentes, presentando en la mayoría de las antologías obras dedicadas al bioarte. Además de su trabajo como artista, de Menezes fue comisaria de importantes exposiciones internacionales, incluidas la de la Capital Europea de la Cultura (Portugal), el Festival Kontejner (Zagreb), la Fundación Verbeke (Bélgica) y en los últimos tres años las ediciones de FACTT - Festival Transnacional y Transdisciplinario de Arte y Ciencia que tuvo lugar en Lisboa, Nueva York, Ciudad de México, Berlín y Toronto.

Os seus trabalhos participaram em exposições em todos os continentes, apresentando trabalhos dedicados à bioarte na maioria das antologias. Além do seu trabalho como artista, Marta de Menezes foi curadora de grandes exposições internacionais, incluindo a Capital Europeia da Cultura (Portugal), o Festival Kontejner (Zagreb), a Fundação Verbeke (Bélgica) e nos últimos três anos as edições da FACTT - Festival Transnacional e Transdisciplinar de Arte e Ciência que decorreu em Lisboa, Nova Iorque, Cidade do México, Berlim e Toronto.